domingo, setembro 12, 2010

Saudosos tempos em que a palavra valia cheque

Os dias têm estado muito estranhos... na verdade os meses… é como se nada, absolutamente nada desse certo. Uma terrível maré de azar.

Mas antes tenho que dizer uma coisa, eu tenho um problema serio. Um problema com falta de responsabilidade.

E sabe o que acontece quando você tem um problema com algo… essa coisa tende a acontecer o tempo todo.

Falta de responsabilidade pra mim abrange uma serie de coisas: o cuidado com as coisas dos outros, atrasos [embora, eu deva admitir, me atraso muito], as desculpas, a palavra não cumprida, principalmente essa ultima.

Isso é antigo… e os psys e analistas da vida vão dizer que tem um fundo psicológico grave. É verdade, eu sofri grandes traumas, grandes perdas de confiança, muita porrada mesmo e isso me fez assim, desconfiada, insegura e doida doida com gente irresponsável.

Na minha família respeito não é uma das coisas mais vistas, pelo contrario, opiniões, sugestões, opções.. nada disso é aceito, é regra geral que só uma opinião padrão e imposta seja seguida. Não há perguntas… não há respostas… só há o “porque sim”.

E isso com a bandeira de que atitudes como essas visam meu total bem estar! Ai ai

Mas o que essa historia do regime ditatorial da minha família tem a ver com responsabilidade e o meu problema? Pra mim tem tudo.

Quando alguém é irresponsável… cometem faltas do tipo destruir meus tão queridos livros [não empresto nunca mais a ninguém], ou desmarca coisas assim em cima da hora [sem motivo é claro, se tiver morrendo… tudo bem], ou mesmo o que eu considero o pior… não dá a menor satisfação… tudo volta.

Todas as lembranças ruins da minha infância e adolescência, a primeira grande ditadora: minha mãe, o meu pai e suas promessas… e suas desculpas sem sentido depois [isso quando ele se lembrava de dar alguma], os tantos exemplares perdidos, as quebras de confiança, a intolerância das minhas tias, tudo acumulado na minha mente doentia [que por sorte não se tornou criminosa], e ai, o simples desconforto com uma situação recente vira uma coisa grandiosa e catastrófica.

A culpa de muitos recai sobre o ultimo e sobre o seguinte… sim porque comigo é realmente normal isso acontecer.

Sinto a mesma sensação de incapacidade, de não poder fazer nada, por mais que eu reclame, ou fale… ou apenas peça pra que não se repita, continua acontecendo… de novo e de novo.

E é ai que as duas historias se encontram… a irresponsabilidade e o desrespeito.

Pra mim é praticamente a mesma coisa, é uma forma de desrespeito para com o outro, o ser otario que fica esperando o dia todo, ou que liga e não é atendido, ou que é decepcionado com a sua desistência, estou aqui defendendo os largados e abandonados, delegando em causa própria, todo mundo já passou por isso.. e todos sabem o quanto é ruim, mas não deixam de fazê-lo aos outros. Porque hein?

Não ser levado a serio o suficiente para receber um mínimo pedido de desculpas, daquelas sinceras mesmo.. e não as automáticas que se diz pelas ruas ao esbarrar em estranhos.

Hoje eu tenho saudades dos tempos que eu nem cheguei a viver, que o meu avô me contava, onde a palavra valia, era fixa, e podia ser levada a serio. As pessoas confiavam, porque sabiam que tamanho desrespeito seria uma vergonha ao outro.

A palavra de um homem… ai ai… ele sempre contava, se alguém te pedia dinheiro, só dava o nome e a palavra… e devolvia. Já hoje… humpf…

Meu discurso pode parecer meio drástico, mas tem toda a carga de drama que merece e deve ter. É claro que há exceções, casos em que essa palavra não pode ser cumprida [sono não é uma delas], já excetuei todos esses casos…

Enfim o que fica ai, é só um pedido, tenham mais compromisso, mais respeito, mais certeza, e se não pude ter nada disso, tenha pelo menos a empatia… coloque-se no lugar e peça desculpas verdadeiras… porque de ladainha no ouvido… eu já to cheia.

Pra mim já deu… enquanto a maré não passa, não faço planos e continuo não confiando em ninguém [isso mesmo se a maré passar]

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