terça-feira, abril 27, 2010

Pro Pimpão

Cara, nunca pensei que fosse gostar de paulista. Não gosto do sotaque, não gosto dos trejeitos e nem do modo de vestir...era tudo isso assim. Até que conheci o pimpão da minha vida.
O Bruno é totalemente diferente e tão igual aos outros que eu imaginei..
conheci por acaso, minha miga achou ele numa comu do orkut ( EU ME COMO) e me falou das tatoos do moço, que eu fui conferir, eram realmente lindas!
Nem lembro como eu comecei a falar com ele...sei que a coisa fluiu. De gratis. Somos os dois muito fáceis!
Ele me contava da vida..na época ainda morava com a mãe. Falava das garotas. E foi por isso que ele ficou especial. O jeito como ele fala...como conta...parece que sou eu...me vejo nos comentarios...não como garota, mas como ele próprio. Acho que nunca contei isso a ele, mas me excita docemente o modo como ele fala...
E me faz pensar que se eu o fosse, não teria como ser diferente, teria de ser exatamente assim. Tirando as crises existenciais dele ( chupar ou não chupar, eis a questão!)
Um moço encantador...com ideias encantadoras.
Com bom gosto musical. Que gosta de oral. E que ainda diz ter pau pequeno....ai ai

Um dia, como eu ja lhe avisei, vou passar em Sampa com a Tamara e quando ele abrir os olhos..nós vai estar lá. Surpresa!
Isso vai merecer uns abraços longos, um bom vinho e umas noites num bar. Vou conversar muito, muito...todas as coisas dificeis de explicar sem olhar, sabe...e ai ...ja nem sei.
Tudo pode mudar.
Mas pelo menos sei que conhecerei o meu Pimpão.

sábado, abril 24, 2010

dia 23

Ele veio me olhando de um jeito… aquele jeito sabe… como quem despe a pessoa da roupa, do sapato.. da alma. Ele veio.. me olhando.

Veio olhando e parou. Parou abruptamente como se tivesse tomado um susto.. uma surpresa. E ai continuou… riu. Melhor.. Ele sorriu de deboche, de mim e da minha expressão de pavor. Não era pavor… era duvida, eu não sabia o que ele pretendia.. o que ia fazer comigo.

Fiquei nessa duvida uns 4 dias.. desde que ele me avisara para não marcar nada pra quinta-feira, que o dia ia ser dele, que eu ia ser dele. E quando perguntei como assim, do que ele falava ou o que tinha em mente, ele fez uma pausa e deu um suspiro.

Ele vinha me olhando, o olhar era diferente, a voz ao telefone era diferente, ele era diferente, não estava doce com sempre, nem com o mesmo cheiro, ou seja, não era ele. E se fosse, era o seu lado obscuro, a fera presa em si. Onde ela esteve todo esse tempo? Às vezes penso tê-la visto, mas bem rápido, sem que desse para notar muita coisa.

Enfim.. ele ainda estava vindo..na verdade só estava parado me olhando, analisando e talvez pensando por onde começar. Ele estava parado, mas seus olhos.. desciam e subiam..passeando, cobiçosos de coisas novas. Seus olhos sim estavam bem perto. Mas ai ele recuou, virou-se, pegou seu copo e bebeu numa só, também.. faltava pouco pra acabar. Bebeu me olhando, como se eu fosse o copo, o copo e a bebida… senti que desci quente. Quente e doce. - vou beber você boneca –, ele não disse, mas nem precisou.

Vi seus olhos se apertando enquanto enchia novamente o copo. Deu-me, não bebi. Eu disse que estava legal. - vai ficar melhor -, isso ele disse, mas não precisava.

Silencio meu, engoli a seco com farinha como dizem por ai. Ele ainda achando graça… ai eu cansei daquilo, de ficar só olhando, de ser só olhada, do divertimento a distancia dele. Cansei. Ele percebeu, era sua idéia desde o inicio.. ver-me assim com um bicho encurralado, esperaria o tempo que fosse, quanto tempo eu resistiria para estar com ele. Para senti-lo. Mas ai já era tarde, ele esperou demais. Cansou-me e me desesperou. Quando eu fui já nem era eu. Era a fera, fera que ao contrario dele, eu nunca escondi. Ele já a conhecia muito bem. Fui na direção dele… olhando… como se fosse meu prato favorito, como se a batalha já estivesse perdida pra ele. Sem dó. E ele que antes tinha feições seguras, agora era a vitima, e seu olhar. Seu olhar já não tinha aquela superioridade, não tinha mistério, ele estava ali pra mim, em minhas mãos. Sem saída. E no seu olhar agora eu via. Via medo e uma curiosidade gostosa, como quem pula sabendo o que tem lá embaixo. E eu fui… e foi… enfim… essas coisas de romance pornô barato.

Desejos

Já vinha observando aquela moça faz um tempo. Passava todos os dias no Bob’s só pra vê-la. Sempre queria comprar com ela, sei lá pra que… pra que ela me visse e desse seus lindos sorrisos. Ela ria sincero sabe, de verdade.

Um dia, um feliz dia, no primeiro dia em que a vi, ela até me abraçou.

Estava numa procura desesperada por Fanta uva (cara, estão varrendo essa porra do mercado, num tem mais em lugar nenhum!) quando eu passei por ela.. olhei discretamente e ela veio me oferecer o cardápio nada light do Bob’s, mas que sorriso lindo ela tinha e aqueles olhos cor de mel.

Nem ouvi direito o que ela falou, estava olhando pra boca, pros peitos.. pro corpo inteiro e praqueles olhos espetacularmente sensuais que brigavam com o rosto infantil dela. Tão meiga. Ownn

Tá… nem esperei ela terminar… não sabia do que ela tava falando, falei numa só palavra, como quem já cansou de repetir: - temfantauva?

Ela riu e disse que ia ver pra mim. Foi atrás do balcão, falar com as outras atendentes feias e dali mesmo eu vi quando uma baranga balançou a cabeça e disse que não tinha. Já tinha me desanimando, lembrei porque estava ali, era pela Fanta e se não tinha, de que valia a moça? Pra mim… naquele dia… nada.

Mas ai ela virou-se para mim e disse que ia pegar lá atrás, só pra mim, estava em falta só na maquina.. pedi logo o copo grande, sabe lá quando eu ia ver Fanta novamente! Ela veio com o liquido tão ansiado. Dei-lhe um abraço e rodopiei-a no meio da praça de alimentação. O gerente olhou pra mim com cara de bunda.. Olha até hoje, mas nunca falou nada.

Tá, esse foi o feliz dia em que encontrei essa moça tão bacana! Sempre que dava eu ia lá, ia vê-la, às vezes não estava e eu voltava triste. Triste por não tê-la visto e mais triste de ter andado até lá à toa.

Um dia tive que resolver umas coisas e resolvi passar pra espiá-la um bocado. Não estava. Resolvi minhas coisas e fui ao banheiro. Cara, ela tava lá. Com aquelas calças medonhamente largas que essas redes de fast food põem nas meninas, pra tirar qualquer feminilidade.

Nem parei pra olhar as calças direito. Ela tava lá porra, de calças… mas só de calças! Tentando por o sutiã, mas o banheiro era apertado pra ela e aquele uniforme horrível. Viu-me… viu-me e disse oi e sorriu lindo como sempre. Virei-me e lavei minhas mãos só pra tentar parar de olhar tão com fome pra ela. Terminei de lavar e abri o sorriso mais sacana que eu tinha.. mas que só os homens entediam…

Ofereci ajuda, ela aceitou a ajuda! Porra, eu tava pondo sutiã naquela pequena (pequena que devia ser mais velha que eu.. mas tudo bem).

Que pele macia… ela sentiu cócegas e riu. Ainda tentei me demorar, mas nem um cego demoraria tanto. Ela virou-se e ficou bem próxima e disse “obrigada moça” - o mais inocente que eu já vi.

Nesse ponto eu devia ter brochado, desistido, primeiro porque ela me chamou de moça (moça no sentido de não sei o seu nome), segundo porque ela tava de coque com touca e boné!

Mas não.. Eu chutei o balde, e num gesto que eu nem acreditava que estava fazendo, levei minha mão ao seu cabelo e tirei o boné, e com ele a redinha que ela usava também se foi. Ela ficou só de coque, e gente parece que levei 2h fazendo isso.. Mas foram segundos… e ela lá… inocente e sem ação. Cheguei mais perto, bem mais perto beijei seu rosto, seu pescoço e enquanto isso lutava com o coque para desmanchá-lo. Quando consegui, me afastei para ver.. e nossa..!Ela tava gostosa para caralho, mesmo naquele uniforme. Peguei seus pequenos peitos por cima do blusão unissex e ela gemeu bem baixinho… como um bichinho. Minha expressão era a pura lascívia, não podia controlar mais nada. Beijei aquela boquinha de boneca… como se estivesse beijando outros lábios e ela gemeu pra mim. Já pensava em arriar suas calças quando ouvi um barulho. Afastei-me, passei os dedos em sua boca e disse: - se arruma. Ela voltou a si, virou-se envergonhada e eu ri. Aproximei-me, beijei seu pescoço e sai do banheiro como o Zorro fugindo de alguém.

Sai com um sorriso largo, entrei no elevador… ainda tinha o gostinho dela. Desirrè, que eu acho que vem de desire, desejo, só pode. Foram menos de 10 min., mas valeu!

Valeu por tudo. Valeu pelo beijo, pelo coque solto, pelos gemidos, valeu pela Fanta uva.

domingo, abril 18, 2010

Na Faculdade

Aprendi que…



Os gatos que eu via de fora, não estão no meu curso

Os que estão no meu curso são gays

Aqui realmente vale a lei de Murici: cada um que cuide de si

Que dá sim pra deixar coisas largadas ou dormir, que ninguém vai te roubar [até agora… pelo menos…]

Que aulas de filosofia funcionam como soníferos muito muito eficientes.

Que eu não tenho mais hora do recreio

Que posso sair quando eu quiser sem pedir

Que as patys burras também me perseguem aqui

Que aulas de psicanálise podem ser construtivas

Que a UERJ é muito muito grande

Que dá pra se perder fácil… com o seu bofe lá

se perder nos corredores e saídas de emergências… sempre vazios!

Que rampas são legais de escorregar

Que os gatos estão em todos os outros cursos, menos no meu!

Que as meninas são bem mais interessantes nos cursos de artes e teatro

Que maconha já foi legalizada e que é só uma questão de interpretação

Que Direito e Engenharia vivem em guerra-fria

Que existe discriminação entre exatas e humanas

Já falei dos lugares bons e vazios?!

Que sempre tem festinhas

Que eu não posso ir porque tenho que dormir

Que nunca mais entrei no MSN pra conversar a toa

Que tenho que ter os contatos de toda a sala

Que ter o email dos professores não é estranho

Que os poucos caras héteros e nem tão feios já tem namoradas

Que eu tenho que acordar as 04h30min se quiser estar lá às 7h

Que ônibus e metro de manhã é um inferno

E não dá pra diferenciar tarados a essa hora…

Que eu preciso comer de manhã se não quiser vomitar

Que comida lá é muito cara!

Que eu devia ter me inscrito por cotas!

Que impressão é R$0,10!

Que preciso arrumar um emprego o quanto antes

Pois mesmo estudando numa facul publica..

Eu estou indo a falência!





...

A doce infância…

Sim, já fui boba

sim, bem mais boba!

Eu pulava, cantava, dançava

sem vergonha, era eu.

Eu fazia perguntas, me rebelava

punha saia na cabeça

Não tinha medos, só duvidas

Eu confiava, tinha segurança

...segurança do alto dos meus 3 anos.

Eu era criança… tenho tentado ser

Mas sabe o que dá saudade?

Não poder mais, salvo exceções

rir, rir franco e abertamente.

Rir do nada e do tudo.

A doce infância


sexta-feira, abril 16, 2010

Ele é legal...ele é legal mas vacila...♪♫

Rápido, direto..estilo Nextel. só pra constar mesmo...e pra dissipar...
ele é um cara legal. tem que ser...embora suas qualidades e defeitos não sejam nem um nem outro...não dá pra definir..como todo bom Serafim.
ele é um cara legal...
um cara legal, que não sabe mentir
que acha que já é grande e que sabe das coisas assim como eu[ambíguo de propósito]
que escreve feito Veríssimo com sangue urbano.
um cara ainda bobo e sempre eu acho[inacreditável]
as mulheres ainda usam e ele ainda e sempre vai gostar...como todo homem...
ele é um cara legal..
suas atitudes ainda são erradas
suas ideias também..
ele não tem palavra
as vezes só quando convém...
não sabe valorizar a família ruim que tem...
não sabe valorizar a família extraordinária que tem
não sabe ver que as garotas são todas vadias, TODAS
não vê ainda a maldade no mundo e nos que o cercam
ele é um cara legal...
me dá muita raiva, como agora, não quero vê-lo
pois hoje eu seria puro rancor!
ódio? sim e não. talvez.
preocupação? muita.
porque as coisas que vejo nele, todas elas, eu já tive, já passei.
e odeio nele o que eu tinha...e o quanto sofri por todas aquelas coisas..
odeio o meu eu nele.
me odeio? sei lá..nem é sobre mim!
mas amo, mais que todos!
é meu filho! meu amigo! meu sangue porra!
demorou pra ficha cair..
já passei noite acordada
hoje...acho que nada valeu a pena..
não merecia, nem ele nem eu.
ele é um cara legal...
um dia vai passar..
não só os pensamentos dele agora..
ele vai ver o que presta, vai tomar uns tombos...
e talvez umas porradas da vida..
mas vai aprender...o que tem e o que fica.
e se não...bom..senão eu vou estar lá..de trouxa. puta da vida mas lá..
só espero que devolva meu casaco e o chapéu que deixou na casa de uma vadia aí..[hah!]
e o resto...eu vou levando...
irmão mais velho sofre....!
mas ele ainda é um cara legal...

quinta-feira, abril 08, 2010

A Gerard

"La misma mort que me leva a sort

de te ver surrí

La misma mort que me tirra a sort

de te ter acuí

Essa misma mort vai agorra te tarrazer…

Levar-me… parra ti"


Declame suicida, 07 de abril de 1956.



Carta de Sophie



Meu amigo Gerard, não se vá. Não faça isso!

Ela não pode voltar.. siga tua vida, oh Gerard!

Veja como é belo, tudo o que aqui esta.

Aprenda a viver sem ela!

Gerard, eras feliz e ainda muito há de ser,

Não faças e digas coisas das quais vais se arrepender.

Isso é a vida, é o destino, chame do que quiser.

Pense na fortuna que é ter o Amor de uma mulher.

Cure esse teu coração, pois a vida é cheia de surpresas…

Vai esquecer essa dor e todas tuas tristezas.

Perdoe minhas pobres rimas, pois são do meu coração

Uma carta ao amigo que sofre pela paixão.

Lembre das coisas boas que com ela viveu.

E não se afogue na bebida, pois foi só um quem morreu.

São Paulo, 03 de abril de 1956.




Resposta do tal de Gerard


Querida amiga recebi tua carta, li, chorei, bebi e reli tudo outra vez. Ainda bebo, sim, tu bem sabes. E a cada linha tua eu mais me lembrava dela, mais me angustiava.

Não penso mais em matar-me. Sei que ela já não volta. Já me sinto conformado.

Belezas para mim já não há nesse mundo, tudo belo era nela, tudo era belo por ela.

E sem ela minha cara, o mundo é vazio. Não se trata de aprender, não, sem ela eu não vou viver! Existirei, sim, mas viver jamais.

Disseste tu de surpresas.. quais seriam cara amiga? Só se Deus por piedade lhe desse de volta a vida. Nunca a esquecerei e a dor comigo hoje mora, depois de tanto beber meu coração ainda chora. De suas rimas nada falo, ó doce dama querida, quisera eu ter antes de tudo te encontrado em minha vida…

Todas as lembranças dela estão comigo, o quarto, as cartas, sapatos, vestidos.

Não me afogo, sei nadar! Mas discordo aqui de ti. Ela morreu, pois bem… mas e eu que vivi?

São Paulo, 04 de abril de1956.




Carta de Sophie encontrada no quarto de Gerard (ainda fechada)


Querido Gerard, amigo de longos anos, o que lhe escrevo e que lês foi escrito entre prantos.

Pensei muito mesmo antes de mandar esta carta, ate o ultimo momento. Mas tomei coragem de redigi-la, sinto que o pior já se foi. Jamais te falaria, pensei em guardar pra sempre as coisas que agora revelo, mas por ler tua ultima carta senti-me firme para lhe contar.

Gerard bom e velho amigo… disseste tu que se me conhecesse antes… tudo seria diferente.. e me fizeste pensar…e se assim o fosse?

Gerard te amo e isso já faz certo tempo, mas seus olhos amigos nunca o viram. Não peço o teu amor.. nem teria coragem de fazê-lo em tal momento..apenas achei por bem contar-te.nada lhe peço, só não tomes mal minhas palavras, te rogo, quero a tua doce amizade acima de tudo. E pare de beber! Nem falaste mal das rimas… estas a se afogar… senão em porres, nas lagrimas! Amanhã vou lhe ver. Abraços.

São Paulo, 06 de abril de 1956.

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