Marina Machado - Grilos (com Samuel Rosa)
Se você passar
Daquela porta
Você vai ver
Como é
Que são as coisas
Como é
Que estão as coisas
Sei que o mundo pesa
Muitos quilos
Não me leve a mal
Se eu lhe pedir
Para cortar os grilos
Guardar os grilos
Cortar os grilos
Guardar os grilos
Aí então você
Vai se convencer
Que se o mundo pesa
Não vai ser de reza
Que você vai viver
Descanse um pouco
E amanheça aqui comigo
Sou seu amigo
Você vai ver
sexta-feira, agosto 28, 2009
ai o amor
Ai ai...o amor...
é tão bom.
Como se ninguém soubesse
e não houvesse musicas e poemas suficientes.
A melhor droga, o melhor da vida.
E porque é tão bom?!
Porque é de graça.
Você delira,flutua,sente calafrios
tonturas,tudo gira...
Poderia ser uma doença grave...
E na verdade é...
As vezes sem cura,pra toda a vida.
E eu já disse que é de graça?
Se todos vissem como é bom...
nunca haveriam guerras.
Tão bom.
Tão assim,sei lá.
Deixa a gente meio burro,
sem palavras,só de gestos
Só de amor.
é tão bom.
Como se ninguém soubesse
e não houvesse musicas e poemas suficientes.
A melhor droga, o melhor da vida.
E porque é tão bom?!
Porque é de graça.
Você delira,flutua,sente calafrios
tonturas,tudo gira...
Poderia ser uma doença grave...
E na verdade é...
As vezes sem cura,pra toda a vida.
E eu já disse que é de graça?
Se todos vissem como é bom...
nunca haveriam guerras.
Tão bom.
Tão assim,sei lá.
Deixa a gente meio burro,
sem palavras,só de gestos
Só de amor.
sexta-feira, agosto 07, 2009
trecho do livro O Pequeno Príncipe:
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu
nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas
também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não
tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para
mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Começo a compreender, disse o principezinho.
Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu
nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas
também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não
tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para
mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Começo a compreender, disse o principezinho.
Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Di Pedru
Olhando pra trás vejo mais uma
Do meu destino muquirana.
Não sei se te conheci na hora certa,
Mas tenho certeza que foi quando eu precisava.
Talvez estivesse tudo meio combinado,
para ser muito bom,
para fazer bem às nossas almas;
até certo ponto.
fizemos besteiras, os dois, reconheça
Mas a gente se faz mais bem do que mal
nosso veneno é a nossa cura
assim a gente se entende
ou pelo menos tenta
Assim eu te odeio
ou pelo menos tento
Ainda acho que gosto especialmente de você
mas o meu amor é egoísta, etéreo
e o seu é palpável de mais.
Aí a gente fica assim
Meio que se querendo perto e sem coragem de chegar
Minando o nosso amor.
Seu bobo.
Di Pedru
Do meu destino muquirana.
Não sei se te conheci na hora certa,
Mas tenho certeza que foi quando eu precisava.
Talvez estivesse tudo meio combinado,
para ser muito bom,
para fazer bem às nossas almas;
até certo ponto.
fizemos besteiras, os dois, reconheça
Mas a gente se faz mais bem do que mal
nosso veneno é a nossa cura
assim a gente se entende
ou pelo menos tenta
Assim eu te odeio
ou pelo menos tento
Ainda acho que gosto especialmente de você
mas o meu amor é egoísta, etéreo
e o seu é palpável de mais.
Aí a gente fica assim
Meio que se querendo perto e sem coragem de chegar
Minando o nosso amor.
Seu bobo.
Di Pedru
À Tona
Há vezes na vida em que agente se sente como se estivesse
numa novela mexicana,ou num programa da Márcia.
Nossa vida já tão bem conformada, ajustada, de repente é virada do avesso.
Novas descobertas que num piscar de olhos tiram seu mundo do eixo.
E ai você enxerga coisas que antes não via, e que agora fazem todo o sentido,
tudo passa a ter relação,e estava tudo tão na sua frente,e você nunca viu.
Palavras, comentários… insinuações, mesmo as inocentes, agora te fazem ver.
Será que a verdade sempre esteve ali?Ate nas suas próprias brincadeiras?
E os laços já estabelecidos?O que fazer com eles?
Anos construindo um ser, uma verdade, uma lógica e agora?
Quem é você?O que eles se tornam?
O que você se torna daqui em diante?
Dizem que o vento leva as palavras…
mas também trás outras.
E com elas vem as duvidas, as incertezas.
Como confirmar, como descobrir?
Nesse momento só o que vem na mente são perguntas.
Perguntas simples mas sem resposta.
O que se pronuncia pode germinar em outro coração
e aí já não lhe pertence.
Há um sentimento de solidão, antes esquecido,
de não ter a quem ir, a quem contar.
Só o que se pensa é o que fazer com os laços.
Não pensava possível ser tão sozinho.
numa novela mexicana,ou num programa da Márcia.
Nossa vida já tão bem conformada, ajustada, de repente é virada do avesso.
Novas descobertas que num piscar de olhos tiram seu mundo do eixo.
E ai você enxerga coisas que antes não via, e que agora fazem todo o sentido,
tudo passa a ter relação,e estava tudo tão na sua frente,e você nunca viu.
Palavras, comentários… insinuações, mesmo as inocentes, agora te fazem ver.
Será que a verdade sempre esteve ali?Ate nas suas próprias brincadeiras?
E os laços já estabelecidos?O que fazer com eles?
Anos construindo um ser, uma verdade, uma lógica e agora?
Quem é você?O que eles se tornam?
O que você se torna daqui em diante?
Dizem que o vento leva as palavras…
mas também trás outras.
E com elas vem as duvidas, as incertezas.
Como confirmar, como descobrir?
Nesse momento só o que vem na mente são perguntas.
Perguntas simples mas sem resposta.
O que se pronuncia pode germinar em outro coração
e aí já não lhe pertence.
Há um sentimento de solidão, antes esquecido,
de não ter a quem ir, a quem contar.
Só o que se pensa é o que fazer com os laços.
Não pensava possível ser tão sozinho.
Faxina
Fazer uma faxina é o que eu proponho
Entenda como quiser.
Há quem vá varrer a casa
Há quem vá se analisar
e também os que deixarão pra lá.
Devo confessar que me encaixo nesse ultimo.
Faxinas tanto na casa como mentais
requerem um certo tempo
tempo que acredito não ter
Tanto tenho a fazer.
Acaba que no fim eu não fiz nada.
aff
E a vida vai passando...
Por isso hoje é o dia
dia de parar a preguiça,a acomodação
de se mexer,de mexer na vida,mexer na mente
Exercite-se,reflita,mude conceitos
Aprenda algo novo
Ouça mais, fale mais, seja mais
Seja você
Não seja muquirana
Pare de reclamar
o copo tá meio vazio ou meio cheio?
Não interessa!
afinal você não é essa Coca-Cola toda
mas ainda assim aproveite
Qualquer dia a gente morre
e aew?
Dê o seu melhor
e mesmo se fosse o pior...faça o melhor que puder
Mergulhe
E tenha sempre certeza de que do chão você não passa
Faça mais o que gosta
com o dinheiro que ganha fazendo o que não gosta
Sinta prazer
de novo e de novo
como se não houvesse amanhã
Encare o mundo como presente
não como fardo
Ame seu vizinho, o bonito, o feio, o brigão
Ame seu planeta, sua rua
Respeite todos os seres
Se respeite
E se der errado...
hah!
Volte ao inicio do corte.
Entenda como quiser.
Há quem vá varrer a casa
Há quem vá se analisar
e também os que deixarão pra lá.
Devo confessar que me encaixo nesse ultimo.
Faxinas tanto na casa como mentais
requerem um certo tempo
tempo que acredito não ter
Tanto tenho a fazer.
Acaba que no fim eu não fiz nada.
aff
E a vida vai passando...
Por isso hoje é o dia
dia de parar a preguiça,a acomodação
de se mexer,de mexer na vida,mexer na mente
Exercite-se,reflita,mude conceitos
Aprenda algo novo
Ouça mais, fale mais, seja mais
Seja você
Não seja muquirana
Pare de reclamar
o copo tá meio vazio ou meio cheio?
Não interessa!
afinal você não é essa Coca-Cola toda
mas ainda assim aproveite
Qualquer dia a gente morre
e aew?
Dê o seu melhor
e mesmo se fosse o pior...faça o melhor que puder
Mergulhe
E tenha sempre certeza de que do chão você não passa
Faça mais o que gosta
com o dinheiro que ganha fazendo o que não gosta
Sinta prazer
de novo e de novo
como se não houvesse amanhã
Encare o mundo como presente
não como fardo
Ame seu vizinho, o bonito, o feio, o brigão
Ame seu planeta, sua rua
Respeite todos os seres
Se respeite
E se der errado...
hah!
Volte ao inicio do corte.
Já reparou que há certa tendência a acontecer coisas felizes justamente quando você esta triste. Deparei-me essa madrugada com uma morte já esperada, mas ainda assim sentida, é claro.
Enquanto eu sofria pessoas passavam,festejavam,riam, enfim viviam suas vidas indiferentes à minha dor. Queria gritar bem alto pra todo o bairro ouvir e fazer silencio,e respeitar e sofrer comigo e sentir comigo.Mas não, alheios a tudo, lá estavam.O que me fez ficar pior.Como alguém tão importante pode passar despercebido assim?
Fui pra um canto e sofri só, pois tenho pra mim que nessas horas sofrer junto aumenta a dor. E só, refleti sobre mais esse desfalque no clã dos Serafim e tive uma crise de nostalgia.
Tudo rápido, mas intenso. Me acostumar com a idéia de não mais vê-la,de não ter seus comentários sobre o quanto eu "espichei",ouvir suas aventuras,suas caretas,suas piadas,suas histórias de terror...terei de me habituar à falta dela.
Se me fosse concedido um desejo hoje, pediria um abraço apertado.
O ultimo beijo. O ultimo “benção vó” que vou dizer na vida.
Saudades Dona Maria, a Serafim suprema.
Suas lágrimas serão derramadas hoje, para que no futuro eu só lhe ofereça risos.
Enquanto eu sofria pessoas passavam,festejavam,riam, enfim viviam suas vidas indiferentes à minha dor. Queria gritar bem alto pra todo o bairro ouvir e fazer silencio,e respeitar e sofrer comigo e sentir comigo.Mas não, alheios a tudo, lá estavam.O que me fez ficar pior.Como alguém tão importante pode passar despercebido assim?
Fui pra um canto e sofri só, pois tenho pra mim que nessas horas sofrer junto aumenta a dor. E só, refleti sobre mais esse desfalque no clã dos Serafim e tive uma crise de nostalgia.
Tudo rápido, mas intenso. Me acostumar com a idéia de não mais vê-la,de não ter seus comentários sobre o quanto eu "espichei",ouvir suas aventuras,suas caretas,suas piadas,suas histórias de terror...terei de me habituar à falta dela.
Se me fosse concedido um desejo hoje, pediria um abraço apertado.
O ultimo beijo. O ultimo “benção vó” que vou dizer na vida.
Saudades Dona Maria, a Serafim suprema.
Suas lágrimas serão derramadas hoje, para que no futuro eu só lhe ofereça risos.
Ardo
Andávamos, seguindo para um lugar que já não lembro.
Que me importam os lugares ante ti?
Escuto o que fala. Olho bem em teus olhos
Como que procurando uma chama
Onde ninguém pode ir.
Mas você nem percebe…
Te falo todos os dias, de modo desinteressado
para mascarar a real intenção
Como se nada fosse para mim
Cumprimentos dos mais breves
o seu nome finjo esquecer
Quando o que eu queria era gritá-lo
Mais e mais!
Para que todos o ouvissem
e soubessem quem é você
E o que é pra mim
Sua voz me faz sonhar
Sonhar com outro momento
Onde estaríamos nós
Tudo eu te diria
E tudo você saberia e tudo seria tão claro
Mas isso é só pensamento.
Que me importam os lugares ante ti?
Escuto o que fala. Olho bem em teus olhos
Como que procurando uma chama
Onde ninguém pode ir.
Mas você nem percebe…
Te falo todos os dias, de modo desinteressado
para mascarar a real intenção
Como se nada fosse para mim
Cumprimentos dos mais breves
o seu nome finjo esquecer
Quando o que eu queria era gritá-lo
Mais e mais!
Para que todos o ouvissem
e soubessem quem é você
E o que é pra mim
Sua voz me faz sonhar
Sonhar com outro momento
Onde estaríamos nós
Tudo eu te diria
E tudo você saberia e tudo seria tão claro
Mas isso é só pensamento.
Declaração de amor
Vamos meu bem ao cartório
Fazer de nosso amor um verso em papel
Para provar a sua mãe, seu velho pai
Suas tias e aos vizinhos curiosos
Que nosso amor é legalmente consolidado
Que o sexo entre nós não é pecado
Que mais, nos trará filhos
Que dividimos uma cama
E quem sabe que futuramente
E em total desigualdade
Dividiremos também os bens
Fazer de nosso amor um verso em papel
Para provar a sua mãe, seu velho pai
Suas tias e aos vizinhos curiosos
Que nosso amor é legalmente consolidado
Que o sexo entre nós não é pecado
Que mais, nos trará filhos
Que dividimos uma cama
E quem sabe que futuramente
E em total desigualdade
Dividiremos também os bens
TPM
Em dias assim
Dias em que me sinto um lixo
Daqueles que não se reciclam
Quando fico feia
E desagradável aos ouvidos
Dias em que estou gorda
Tanto quanto minha ilusão me permitir
Dias em que como para esquecer a tristeza
E fico piornesses dias queria você aqui
Queria saber onde você esta
E com que mulheres erradas tem andado
Já que eu continuo aqui.
Dias em que me sinto um lixo
Daqueles que não se reciclam
Quando fico feia
E desagradável aos ouvidos
Dias em que estou gorda
Tanto quanto minha ilusão me permitir
Dias em que como para esquecer a tristeza
E fico piornesses dias queria você aqui
Queria saber onde você esta
E com que mulheres erradas tem andado
Já que eu continuo aqui.
terça-feira, agosto 04, 2009
Amores de metro
Ela se arrumou, vestiu-se sem muito cuidado. Não era nada importante. Não era nada urgente.
Não era nada.
Saiu seguindo um caminho, mas sem saber ao certo onde. Detestava sair sozinha.
Queria voltar correndo pra casa.Mas ainda assim seguia.
Pegou o metro, foi-se.
Procurou um lugar distante pra sentar e se perdeu olhando a janela.
Ainda estava em seus devaneios quando lhe chamaram a atenção.
Ela sabia olhar, observar sem ser vista. Discreta.
Olhou o moço. Era um tipo interessante, pensou.
Olhou para as mãos,eram bem feitas.Imaginou o que ele faria da vida.
Suas roupas não eram as mais legais... na verdade era como se estivesse de pijama.
Mas ele ainda assim estava muito bem.
Reparou que ele também olhava a janela... mesmo quando estavam no túnel.
O que ele via nas paredes? Será que via algo?
Olhava aquele moço e imaginava que tipo de musica ele ouvia, que bandas ele curtia.
Se ia acampar... não, ele não ia.Tinha cara de curtir uma praia.Talvez acampasse na praia.
Ela sempre quis fazer isso. Agora se pega pensando porque nunca fez… Mas não tem problema, ela pode ir com ele.
Será que tem algo em comum com ela? Será que gosta de Fanta Uva?
Hum... eles dois juntos poderiam ir acampar,andar por ai,ou só ficar em casa...ele tem cara de quem fica em casa...deitado, fazendo carinho. E levanta e faz mingau.
Seriam um belo par.
Mas aí ele se levanta...e sai sem nem olhá-la.Como pode?Depois de tudo o que ela planejou pra eles... da vida a dois que levariam.
Ela volta a olhar lá fora.Vê um cara na plataforma.Olha pra ele e ele responde seu olhar com um sorriso.Esta de mochila.Talvez indo ao trabalho ou voltando,ou indo a uma biblioteca.Ele tem cara de que vai a bibliotecas. Ela ama ler. Pensa em descer e falar com ele.Perguntar que livros lê.
Mas a coragem só existe na imaginação, no mundo real ela é bem discreta.
O metro volta a andar e ela deixa o cara lá. esperando. o metrô.
Entra outro duas estações depois. Mais lindo. Mais encantador.
Mas já é a sua estação.
Ela levanta. tem vontade de continuar ali. mas já levantou. esbarra nele. olham-se. E ela se vai.
O rapaz senta e pensa na bela que acabou de ver, podia ter falado algo. Ido atrás dela.
De que será que ela gosta?
O metrô segue.
Não era nada.
Saiu seguindo um caminho, mas sem saber ao certo onde. Detestava sair sozinha.
Queria voltar correndo pra casa.Mas ainda assim seguia.
Pegou o metro, foi-se.
Procurou um lugar distante pra sentar e se perdeu olhando a janela.
Ainda estava em seus devaneios quando lhe chamaram a atenção.
Ela sabia olhar, observar sem ser vista. Discreta.
Olhou o moço. Era um tipo interessante, pensou.
Olhou para as mãos,eram bem feitas.Imaginou o que ele faria da vida.
Suas roupas não eram as mais legais... na verdade era como se estivesse de pijama.
Mas ele ainda assim estava muito bem.
Reparou que ele também olhava a janela... mesmo quando estavam no túnel.
O que ele via nas paredes? Será que via algo?
Olhava aquele moço e imaginava que tipo de musica ele ouvia, que bandas ele curtia.
Se ia acampar... não, ele não ia.Tinha cara de curtir uma praia.Talvez acampasse na praia.
Ela sempre quis fazer isso. Agora se pega pensando porque nunca fez… Mas não tem problema, ela pode ir com ele.
Será que tem algo em comum com ela? Será que gosta de Fanta Uva?
Hum... eles dois juntos poderiam ir acampar,andar por ai,ou só ficar em casa...ele tem cara de quem fica em casa...deitado, fazendo carinho. E levanta e faz mingau.
Seriam um belo par.
Mas aí ele se levanta...e sai sem nem olhá-la.Como pode?Depois de tudo o que ela planejou pra eles... da vida a dois que levariam.
Ela volta a olhar lá fora.Vê um cara na plataforma.Olha pra ele e ele responde seu olhar com um sorriso.Esta de mochila.Talvez indo ao trabalho ou voltando,ou indo a uma biblioteca.Ele tem cara de que vai a bibliotecas. Ela ama ler. Pensa em descer e falar com ele.Perguntar que livros lê.
Mas a coragem só existe na imaginação, no mundo real ela é bem discreta.
O metro volta a andar e ela deixa o cara lá. esperando. o metrô.
Entra outro duas estações depois. Mais lindo. Mais encantador.
Mas já é a sua estação.
Ela levanta. tem vontade de continuar ali. mas já levantou. esbarra nele. olham-se. E ela se vai.
O rapaz senta e pensa na bela que acabou de ver, podia ter falado algo. Ido atrás dela.
De que será que ela gosta?
O metrô segue.
Crise
Fim de mês é sempre assim, esse nervosismo, esse tormento na minha jovem mente.
Mal entrou parece que o dinheiro já some; e não diz nem tchau, vai assim, como se tivesse sofrido a maior das ofensas…
Um mês acaba o outro já começa e começam assim as preocupações nossas de cada dia. As mesmas velhas novas contas a pagar.
Mas normalmente de uma maneira ou de outra consigo manter o controle, ficar estável em meio a tudo isso.
Não dessa vez. Estou aguardando o pagamento desde o dia 25 no mês passado,ansiando o dia de ir pega-lo no mês seguinte.Imagino-me entrando no banco,subindo os degraus,imagino ate a fila que provavelmente irei enfrentar !Programo-me: ”bom, dia 1º cai na sexta-feira… sábado, domingo… ah… segunda-feira e pronto na terça-feira, 3º dia útil do mês lá estarei eu,a primeira na fila,talvez a quinta(brasileiro adora uma fila),e sairei feliz com meu rico dinheirinho.”
Tudo estava lindo, bem planejado, mas a minha cabeça de vento me prega outra peça.
Calculei os dias errados!Dia 1º caiu num terrível e triste sábado!
Só percebo isso na segunda pela manha. E agora que farei?!Já tinha me programado. Já tinha gasto quase até o ultimo centavinho, certa de que numa terça-feira eu teria já meu inconstante amigo.
Dei presentes, andei a toa por ai, fiz compras (que certamente poderiam ter esperado agora que analiso as coisas).
Ontem mesmo fui ao shopping, meu Deus!Não deveria ter ido.
Só tinha R$20 que foram gastos nesse passeio, não por completo, sobraram R$10 que eu corri a gastar assim que voltei do shopping a caminho de casa.Não tinha necessidade daquele açaí,alias,não necessidade de pegar condução para sair(moro a algumas quadras do shopping).
O que eu pensei na hora?”Hum vou de condução e chego mais rapidinho…”
Rapidinho Pra que?
Pra olhar pra cara da minha velha e boa amiga Priscila?(desculpa amiga) e pra que eu comprei açaí?Será que eu realmente queria?Ou era só pelo costume de parar e ouvir a moça da barraca falar que eu fico bem com tal cabelo ou que estou mais magra (até parece)?
Mas o dia ainda não tinha terminado, cheguei em casa, tomei banho, li um bocado e fui ter com a cama. Isso foi ontem,domingo.
Acordei tarde, como de costume, leio mais um pouco.
E começo a ficar histérica(em um modo mental de histerismo),já descobri que hoje não é hoje,quer dizer que só vai ser amanhã,enfim,que pagamento só na quarta-feira.Penso que vou ter um ataque.E começo a planejar esses 3 dias sem dinheiro. E ontem mesmo estava pensando em comprar aquela pasta de chocolate e amendoim que eu amo, mas que é bem salgadinha (no preço). Mas tudo bem porque ontem dava,ontem eu podia,ontem eu era uma grande multimilionária,ontem eu tinha R$20!
Já sei é isso!Sobrou troco!Vou poder ir ao curso terça-feira. Tenho R$10. Mas onde estão?
Droga, não são R$10, eu comi a merda do açaí. Só tenho R$7…isso R$7!Onde estão?
Lembro-me de tê-los posto no bolso quando a tia da barraca me entregou. Procuro a calça.
Acho, olho os bolsos (só tinha dois, mas pareciam muitos) e nada, nada de dinheiro, paro e tento me lembrar se tirei o dinheiro ontem mesmo... Mas não, não lembro.
E enquanto estou assim parada vasculhando minha memória, olho novamente para a calça, e vejo algo que me faz esquecer de todo o resto. Minha calça, minha linda calça,semi-nova está com um rasgo de dois dedos bem na bunda.
Ah meu Deus eu não merecia (talvez sim, reconheço), não merecia!
Minha mente divaga novamente. Penso nas calças que já andei vendo nas lojas.Penso nos modelos.E de repente cai a ficha.Você esta dura,lisinha,sem um puto,só com o da passagem.E tem que sair amanhã.fudeu.com que calça?Todas as outras estão velhas e gastas perto daquela, que era tão linda. Deus onde será que eu encostei,onde passei pra essa calça rasgar assim?Será que alguém viu?Bem capaz, meu bumbum não é dos piores. (há)
O que vou fazer?Tenho curso, não posso faltar… porque não posso faltar?TENHO PROVA!
Ta ficando pior a cada segundo… nem estudei, prova de que mesmo?Flash… droga, Flash… e olha que eu gosto do herói, mas não muito do programa.
Ta não dá pra faltar, senão vou ter que fazer prova escrita. Tá eu vou.Mas com o que?Humpf. Vou de bermuda.
Olho o tempo lá fora… parece bom, a Lua tá linda, sempre gostei de olhar a Lua. Fico um bom tempo assim olhando o céu,lembro de amigos,do Pequeno Príncipe que acabo de ler,lembro que tenho que mandar um depô pra uma amiga (Jimmy,te amo)com um trecho do livro.Ela vai gostar.Afasto os pensamentos e volto ao real(quase nunca faço isso).
Chega de devaneios.Começo a programar minha terça-feira, já sei que vou de bermuda, fazer a unha se der… ah é e o dinheiro?Onde estão os R$7 de amanhã?
Olho na bolsa, na carteira, em toda a cômoda… e começo a me preocupar… reviro tudo até na roupa suja. Nada.Começa a me subir uma agonia.Perdi.Perdi meus últimos R$7!E agora como vou sair amanha?Vêm as palpitações. Olho tudo outra vez. Nada.
Lembro finalmente da bolsinha de moedas. A bolsinha que todo mundo caçoa,tem formato de cachorro,e pesa pouco menos que 1/2Kg.Não sou fã de moedas,mas todos os comerciantes insistem em me passar mais e mais delas.Não repasso. Já ouvi algo a respeito, dizem que se o ciclo das moedas corresse normal não teríamos tanta inflação ou algo do gênero. Pego a bolsinha, abro e vejo aquele monte de moedas. A maioria de R$0,05.São tão feias.Começo a contar…é dá pra ir pro curso,mas como eu vou entregar todas aquelas moedas ao motorista?
Todo mundo diz que trocador gosta de moeda. Já imagino. Entrego aquele bolinho pra ele,ele vai me olhar com aquela expressão do tipo”tá de sacanagem né fia?” e vai jogar tudo na caixa de qualquer jeito ou vai parar pra contar e só depois liberar a roleta pra mim com medo de um calote.
E para os passageiros que vão olhar eu vou dizer: ”que foi?to ajudando na circulação das moedas,fortalecendo a economia!”.Nem rola.
Começo a fuçar tudo que é pote em casa, caçando uma nota, que eu possa dar ao invés das moedas. Olho todas as gavetas, não só as minhas.
Acho uma latinha em uma delas, é do meu irmão. Ele sempre guarda bastante dinheiro aqui.Estou salva.Abro a lata.Há duas moedas de 25 e duas de 10(uma delas com uma sujeira medonha,tipo caraça,como pode?).
Enquanto penso onde mais procurar escuto um barulho lá fora, um vento forte ou algo assim.Vou ver o que é e me deparo com uma tempestade vindo na direção da minha casa.Como se os deuses me dirigissem toda a sua ira.(que drama)
Como vou de bermuda?Vou morrer de frio.
Como vou pagar a passagem?Não com essas moedas.
Sento e começo a ter uma síncope. Tudo tá errado.Quero meu dinheiro!Quem o governo pensa que é pra retê-lo até certo dia?Isso não é justo. Quero notas!Quero uma calça nova. E sapatos. E um all star.E três ou cinco blusas.E um namorado.humpf.
Me jogo na cama.Estou me sentindo um lixo não-biodegradável.Faço um lanche e enquanto como vou me alegrando,já consigo rir da situação.
Refaço meus planos de amanha… ih!Tenho que pagar a taxa do vestibular!Claro a taxa do vestibular!Minha tia me deu R$50 pra pagar. E vão sobrar R$9!
Bem que eu poderia comprar uma calça nova (com R$50? ha!) ou mesmo comprar a pasta de chocolate. Fazer também uns biscoitos. Não.Vou é pagar logo essa droga.Vence dia 7 e hoje já é 3,quer dizer 4(to escrevendo de madrugada).E além do mais não conseguiria trocar R$50 num ônibus.Não vai ter jeito,vamos as moedas.
Agora vou dormir. Talvez não chova. Espero.Está passando um filme legal -SANTO MATRIMONIO,é com a Patrícia Arquette,gosto dela.Amanhã(na verdade é hoje, são 3 da manhã) quero comer um batata frita.(como posso saber?).Vou ver as calças.Ver o moço. Mandar meu depô.Chega de devaneios.
Que o dia seja bom e que termine bem.
Pâmella Serafim.
*escrito no dia 4 de agosto de 2009.(o pior dia do mundo)
Mal entrou parece que o dinheiro já some; e não diz nem tchau, vai assim, como se tivesse sofrido a maior das ofensas…
Um mês acaba o outro já começa e começam assim as preocupações nossas de cada dia. As mesmas velhas novas contas a pagar.
Mas normalmente de uma maneira ou de outra consigo manter o controle, ficar estável em meio a tudo isso.
Não dessa vez. Estou aguardando o pagamento desde o dia 25 no mês passado,ansiando o dia de ir pega-lo no mês seguinte.Imagino-me entrando no banco,subindo os degraus,imagino ate a fila que provavelmente irei enfrentar !Programo-me: ”bom, dia 1º cai na sexta-feira… sábado, domingo… ah… segunda-feira e pronto na terça-feira, 3º dia útil do mês lá estarei eu,a primeira na fila,talvez a quinta(brasileiro adora uma fila),e sairei feliz com meu rico dinheirinho.”
Tudo estava lindo, bem planejado, mas a minha cabeça de vento me prega outra peça.
Calculei os dias errados!Dia 1º caiu num terrível e triste sábado!
Só percebo isso na segunda pela manha. E agora que farei?!Já tinha me programado. Já tinha gasto quase até o ultimo centavinho, certa de que numa terça-feira eu teria já meu inconstante amigo.
Dei presentes, andei a toa por ai, fiz compras (que certamente poderiam ter esperado agora que analiso as coisas).
Ontem mesmo fui ao shopping, meu Deus!Não deveria ter ido.
Só tinha R$20 que foram gastos nesse passeio, não por completo, sobraram R$10 que eu corri a gastar assim que voltei do shopping a caminho de casa.Não tinha necessidade daquele açaí,alias,não necessidade de pegar condução para sair(moro a algumas quadras do shopping).
O que eu pensei na hora?”Hum vou de condução e chego mais rapidinho…”
Rapidinho Pra que?
Pra olhar pra cara da minha velha e boa amiga Priscila?(desculpa amiga) e pra que eu comprei açaí?Será que eu realmente queria?Ou era só pelo costume de parar e ouvir a moça da barraca falar que eu fico bem com tal cabelo ou que estou mais magra (até parece)?
Mas o dia ainda não tinha terminado, cheguei em casa, tomei banho, li um bocado e fui ter com a cama. Isso foi ontem,domingo.
Acordei tarde, como de costume, leio mais um pouco.
E começo a ficar histérica(em um modo mental de histerismo),já descobri que hoje não é hoje,quer dizer que só vai ser amanhã,enfim,que pagamento só na quarta-feira.Penso que vou ter um ataque.E começo a planejar esses 3 dias sem dinheiro. E ontem mesmo estava pensando em comprar aquela pasta de chocolate e amendoim que eu amo, mas que é bem salgadinha (no preço). Mas tudo bem porque ontem dava,ontem eu podia,ontem eu era uma grande multimilionária,ontem eu tinha R$20!
Já sei é isso!Sobrou troco!Vou poder ir ao curso terça-feira. Tenho R$10. Mas onde estão?
Droga, não são R$10, eu comi a merda do açaí. Só tenho R$7…isso R$7!Onde estão?
Lembro-me de tê-los posto no bolso quando a tia da barraca me entregou. Procuro a calça.
Acho, olho os bolsos (só tinha dois, mas pareciam muitos) e nada, nada de dinheiro, paro e tento me lembrar se tirei o dinheiro ontem mesmo... Mas não, não lembro.
E enquanto estou assim parada vasculhando minha memória, olho novamente para a calça, e vejo algo que me faz esquecer de todo o resto. Minha calça, minha linda calça,semi-nova está com um rasgo de dois dedos bem na bunda.
Ah meu Deus eu não merecia (talvez sim, reconheço), não merecia!
Minha mente divaga novamente. Penso nas calças que já andei vendo nas lojas.Penso nos modelos.E de repente cai a ficha.Você esta dura,lisinha,sem um puto,só com o da passagem.E tem que sair amanhã.fudeu.com que calça?Todas as outras estão velhas e gastas perto daquela, que era tão linda. Deus onde será que eu encostei,onde passei pra essa calça rasgar assim?Será que alguém viu?Bem capaz, meu bumbum não é dos piores. (há)
O que vou fazer?Tenho curso, não posso faltar… porque não posso faltar?TENHO PROVA!
Ta ficando pior a cada segundo… nem estudei, prova de que mesmo?Flash… droga, Flash… e olha que eu gosto do herói, mas não muito do programa.
Ta não dá pra faltar, senão vou ter que fazer prova escrita. Tá eu vou.Mas com o que?Humpf. Vou de bermuda.
Olho o tempo lá fora… parece bom, a Lua tá linda, sempre gostei de olhar a Lua. Fico um bom tempo assim olhando o céu,lembro de amigos,do Pequeno Príncipe que acabo de ler,lembro que tenho que mandar um depô pra uma amiga (Jimmy,te amo)com um trecho do livro.Ela vai gostar.Afasto os pensamentos e volto ao real(quase nunca faço isso).
Chega de devaneios.Começo a programar minha terça-feira, já sei que vou de bermuda, fazer a unha se der… ah é e o dinheiro?Onde estão os R$7 de amanhã?
Olho na bolsa, na carteira, em toda a cômoda… e começo a me preocupar… reviro tudo até na roupa suja. Nada.Começa a me subir uma agonia.Perdi.Perdi meus últimos R$7!E agora como vou sair amanha?Vêm as palpitações. Olho tudo outra vez. Nada.
Lembro finalmente da bolsinha de moedas. A bolsinha que todo mundo caçoa,tem formato de cachorro,e pesa pouco menos que 1/2Kg.Não sou fã de moedas,mas todos os comerciantes insistem em me passar mais e mais delas.Não repasso. Já ouvi algo a respeito, dizem que se o ciclo das moedas corresse normal não teríamos tanta inflação ou algo do gênero. Pego a bolsinha, abro e vejo aquele monte de moedas. A maioria de R$0,05.São tão feias.Começo a contar…é dá pra ir pro curso,mas como eu vou entregar todas aquelas moedas ao motorista?
Todo mundo diz que trocador gosta de moeda. Já imagino. Entrego aquele bolinho pra ele,ele vai me olhar com aquela expressão do tipo”tá de sacanagem né fia?” e vai jogar tudo na caixa de qualquer jeito ou vai parar pra contar e só depois liberar a roleta pra mim com medo de um calote.
E para os passageiros que vão olhar eu vou dizer: ”que foi?to ajudando na circulação das moedas,fortalecendo a economia!”.Nem rola.
Começo a fuçar tudo que é pote em casa, caçando uma nota, que eu possa dar ao invés das moedas. Olho todas as gavetas, não só as minhas.
Acho uma latinha em uma delas, é do meu irmão. Ele sempre guarda bastante dinheiro aqui.Estou salva.Abro a lata.Há duas moedas de 25 e duas de 10(uma delas com uma sujeira medonha,tipo caraça,como pode?).
Enquanto penso onde mais procurar escuto um barulho lá fora, um vento forte ou algo assim.Vou ver o que é e me deparo com uma tempestade vindo na direção da minha casa.Como se os deuses me dirigissem toda a sua ira.(que drama)
Como vou de bermuda?Vou morrer de frio.
Como vou pagar a passagem?Não com essas moedas.
Sento e começo a ter uma síncope. Tudo tá errado.Quero meu dinheiro!Quem o governo pensa que é pra retê-lo até certo dia?Isso não é justo. Quero notas!Quero uma calça nova. E sapatos. E um all star.E três ou cinco blusas.E um namorado.humpf.
Me jogo na cama.Estou me sentindo um lixo não-biodegradável.Faço um lanche e enquanto como vou me alegrando,já consigo rir da situação.
Refaço meus planos de amanha… ih!Tenho que pagar a taxa do vestibular!Claro a taxa do vestibular!Minha tia me deu R$50 pra pagar. E vão sobrar R$9!
Bem que eu poderia comprar uma calça nova (com R$50? ha!) ou mesmo comprar a pasta de chocolate. Fazer também uns biscoitos. Não.Vou é pagar logo essa droga.Vence dia 7 e hoje já é 3,quer dizer 4(to escrevendo de madrugada).E além do mais não conseguiria trocar R$50 num ônibus.Não vai ter jeito,vamos as moedas.
Agora vou dormir. Talvez não chova. Espero.Está passando um filme legal -SANTO MATRIMONIO,é com a Patrícia Arquette,gosto dela.Amanhã(na verdade é hoje, são 3 da manhã) quero comer um batata frita.(como posso saber?).Vou ver as calças.Ver o moço. Mandar meu depô.Chega de devaneios.
Que o dia seja bom e que termine bem.
Pâmella Serafim.
*escrito no dia 4 de agosto de 2009.(o pior dia do mundo)
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