sexta-feira, novembro 27, 2009

Mentes Sedutoras

Ando conhecendo um bocado de gente. Gente muito interessante, diga-se de passagem.
Gente que vem deixando impressões importantes em mim. Talvez para toda a vida.
Meninos e meninas, entrando em minha vida de todas as maneiras, com suas historias e idéias. Com seus sonhos.
Conversar com essas pessoas e ver muitos e assustadores pontos em comum é algo que tenho feito bastante. E nossa! Como é bom! Bom e ruim na verdade… saber que em algum lugar, talvez até bem perto de você, tem uma pessoa que poderia muito bem ser seu melhor amigo… ou seu melhor amor.
Nunca foi tão bacana ter MSN. Por meio dele eu pude conhecer a maioria dessas pessoas.
Mas não recebo pra fazer propagandas. Vamos aos fatos.
Esse ano, estou conhecendo mais gente do que em todos os outro juntos. Conhecendo mesmo. Participando ativamente, interagindo. Divertindo-me. Apaixonando-me.
O ruim é que conheci todos meio que ao mesmo tempo. E fica difícil dar prioridade para desconhecidos. Desconhecidos tão interessantes.
Penso que o prazer pode existir sem o contato direto e que quando é atingido sem ele, se torna até mais intenso. E como ficar quando várias pessoas te proporcionam isso?
Cada uma a sua maneira. Em alguns dias umas me encantam mais, em outros nem tanto.
Ainda indecisa… continuo com todos; meu querer é grande e ainda dou conta. Talvez eu chegue um dia a me dedicar exclusivamente a um deles. Talvez. Mas não seria tão bacana. Eles se completam e se ficasse sem qualquer um deles não seria o mesmo…
As moças com suas delicadezas, suas futilidades; os moços com suas personalidades instigantes. Todos com suas musicas e livros e corpos e frases.
Um bocado de gente. Elas e suas mentes.

Maravilha

Fui passar uns dias na roça. Vou pra lá desde criança e desde essa época, fiz muitos amigos. Um deles foi o Tomaz, que tinha esse nome por causa do santo. Nunca soube que santo era esse, nunca nem perguntei a ele. É um menino tranqüilo, gosta de cavalos e de nadar nos rios, cuida dos bois, ama seus pais e acha que Orkut é algum iogurte.

Tomaz e eu tínhamos uma boa amizade, eu lhe contava da minha vida na cidade e ele me falava de seu trabalho, que era também a sua vida. Não preenchia de detalhes, contava só o necessário. Já ele contava cada detalhe… dos animais, do campo, das plantas, das galinhas… e eu o ouvia com todo interesse. Adorava saber de sua vida, adorava aquelas historias, adorava os animais, o campo, as plantas, as galinhas dele. Adorava ele.

Tinha a fala mansa, tranqüila, sem pressa, de quem tem tudo o que o quer e que precisa. Tinha um olhar humilde, curioso das coisas e deslumbrado. O vento batia e ele olhava e sorria feliz para o céu, apreciando a sua natureza, que era o que tinha de melhor no mundo.

E eu lá olhando aquele moço que não era o melhor do mundo, mas era tudo que eu queria e tudo que precisava naquele momento. Fazia-me esquecer dos meus problemas, estando com ele eu sentia que todos eram fúteis. Que era tudo ninharia. E isso era bom.

Nunca tive interesse nele, pra mim era só o menino que cresceu comigo. Mas ali naquele momento eu senti que precisava dele, que tinha que sentir com ele toda aquela maravilha.

Um beijo. Rápido, lento e que não foi rejeitado. Estranho e inesperado. Senti certo arrependimento, agi sem pensar – eu disse a ele.

Ele se manteve em silencio e quando falou, foi de uma simplicidade tal que minhas palavras morreram na boca. Disse que sempre teve vontade, que só não tinha feito porque achou que eu não queria. E que esperava mais de mim. A gente se olhou e se riu. Lancei o galho na minha mão e ainda assisti sua trajetória. Silencio. Um riso. Um olhar.

E assim passei o resto da tarde, no campo. Maravilhada.

A dama Amada

Falarei hoje da minha dama.

No dicionário ela é a mulher nobre; a designação atenciosa a qualquer mulher; a mulher que dança com um homem; atriz; a carta do baralho com a figura feminina.

E só isso. No dicionário ela é só isso! Minha dama.. tantas coisas, tantas palavras, e nada mensurável…no dicionário são meros verbetes bobos.

Minha dama é nobre, sim, tem a nobreza do ser e do espírito.

Chamo-a assim atenciosamente, é verdade, mas também por reconhecimento e por deferência; e na pronuncia também é diferente, não é para qualquer mulher.

Ela dança, encanta, ela flutua com quem quer que seja e sozinha é divina também.

Ela é atriz, sabe fazer-se, despertar, insinuar, ser como toda mulher.

Ela é a carta… aquela fora do baralho, o truque, o jogo, o mistério, o escondido, e o que se revela a solução, mesmo que seja também o seu problema.

Ela é a solução de si mesma!Se a tens, está perdido e se não, procure-a e encontre-a, pois sem ela tudo o mais é impossível.

A minha dama é muitas coisas. Muitas pessoas. como a natureza ela é bela e selvagem. Toda a rudeza e delicadeza cabem nela. Tudo se reúne e tudo encerra. Felicidade é ela, amor também, bem-estar só nela. Risos e lágrimas. A vitória. O saber perder. A dignidade. A luta.

O sofrimento. A coragem. Ela não teme, ela peita, tem que peitar! … amazona que é. O segredo. A luxúria. O prazer inevitável. A lucidez. Ela é o meu cinema mudo. Minhas tirinhas de jornal. Meu clássico Disney. Ela é o Elvis. As madonas de Rafael. A minha virgem. Ela é o meu material. O meu etéreo. O suave e volúvel. O plástico. O energético. Ela pulsa em mim. Ela bate. Treme e geme. Grita e emudece. Não é minha droga, é o meu barato. A pintura. A escultura. O gênio. O coração. O quente e frio. Os 10 minutos. O “um segundinho”. O salto, as botas, meias, o véu, sainha, decote. A puta mais santa. O Alabama inteirinho. O compromisso. A noite. A tardinha. A cama desarrumada. A malícia. A inocência. A pele e toque. O branco. A menina – moça. O até breve. O próximo e antiquado. O blasé. Ela é o bang-bang. O pornô Frances. O drama épico. A viagem curta logo ali. A demora. Ela é o terço. O rosário e as velas. A calça e o longo. A perna cruzada, o dormir de conchinha. A minha chance. O pastel de vento. O chuchuzinho. O doce. Ela é o olhar atento. A cria protegida. O móvel antigo. O designe inovador. Meu avião de papel. Pedacinho do céu. ai ai… o pão do diabo. A convivência. O glamour. A ruína. As datas. As festas. Com ela e por ela. Pra ela. Os lugares. A sala de estar. A chuva.

Eu disse… muitas coisas e mais ainda se ousasse. Eu rio agora, ao pensar nela… eu sinto-a em mim. O ar. A terra. Minha Gaia. Minha segurança. Ela é o meu homem. Todos eles. A gata que lerá. A moça especial. Ela é minha mãe. A minha amada. Minha flor, meu bebe. Ela é eu (assim mesmo, e daí?). E eu… nada nela.

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