sexta-feira, novembro 27, 2009

A dama Amada

Falarei hoje da minha dama.

No dicionário ela é a mulher nobre; a designação atenciosa a qualquer mulher; a mulher que dança com um homem; atriz; a carta do baralho com a figura feminina.

E só isso. No dicionário ela é só isso! Minha dama.. tantas coisas, tantas palavras, e nada mensurável…no dicionário são meros verbetes bobos.

Minha dama é nobre, sim, tem a nobreza do ser e do espírito.

Chamo-a assim atenciosamente, é verdade, mas também por reconhecimento e por deferência; e na pronuncia também é diferente, não é para qualquer mulher.

Ela dança, encanta, ela flutua com quem quer que seja e sozinha é divina também.

Ela é atriz, sabe fazer-se, despertar, insinuar, ser como toda mulher.

Ela é a carta… aquela fora do baralho, o truque, o jogo, o mistério, o escondido, e o que se revela a solução, mesmo que seja também o seu problema.

Ela é a solução de si mesma!Se a tens, está perdido e se não, procure-a e encontre-a, pois sem ela tudo o mais é impossível.

A minha dama é muitas coisas. Muitas pessoas. como a natureza ela é bela e selvagem. Toda a rudeza e delicadeza cabem nela. Tudo se reúne e tudo encerra. Felicidade é ela, amor também, bem-estar só nela. Risos e lágrimas. A vitória. O saber perder. A dignidade. A luta.

O sofrimento. A coragem. Ela não teme, ela peita, tem que peitar! … amazona que é. O segredo. A luxúria. O prazer inevitável. A lucidez. Ela é o meu cinema mudo. Minhas tirinhas de jornal. Meu clássico Disney. Ela é o Elvis. As madonas de Rafael. A minha virgem. Ela é o meu material. O meu etéreo. O suave e volúvel. O plástico. O energético. Ela pulsa em mim. Ela bate. Treme e geme. Grita e emudece. Não é minha droga, é o meu barato. A pintura. A escultura. O gênio. O coração. O quente e frio. Os 10 minutos. O “um segundinho”. O salto, as botas, meias, o véu, sainha, decote. A puta mais santa. O Alabama inteirinho. O compromisso. A noite. A tardinha. A cama desarrumada. A malícia. A inocência. A pele e toque. O branco. A menina – moça. O até breve. O próximo e antiquado. O blasé. Ela é o bang-bang. O pornô Frances. O drama épico. A viagem curta logo ali. A demora. Ela é o terço. O rosário e as velas. A calça e o longo. A perna cruzada, o dormir de conchinha. A minha chance. O pastel de vento. O chuchuzinho. O doce. Ela é o olhar atento. A cria protegida. O móvel antigo. O designe inovador. Meu avião de papel. Pedacinho do céu. ai ai… o pão do diabo. A convivência. O glamour. A ruína. As datas. As festas. Com ela e por ela. Pra ela. Os lugares. A sala de estar. A chuva.

Eu disse… muitas coisas e mais ainda se ousasse. Eu rio agora, ao pensar nela… eu sinto-a em mim. O ar. A terra. Minha Gaia. Minha segurança. Ela é o meu homem. Todos eles. A gata que lerá. A moça especial. Ela é minha mãe. A minha amada. Minha flor, meu bebe. Ela é eu (assim mesmo, e daí?). E eu… nada nela.

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