domingo, julho 10, 2011

Perdi

Agora ele se foi,
se foi de vez.
Agora arde e sangra ainda a ferida aberta.
Mas isso ele não fez.

Quando existe o véu da morte
ele leva e consola… e conforta
Mas como se dá quando não é por ela?
Fiquei pela minha sorte

As noites estão longas, os dias vazios
Não tem gosto a comida
tudo insosso
Água não mata a sede
Não me da fome
e a dor toma conta de cada parte
Bebida não dá descanso
Cigarro não da alivio
E outros corpos não dão mistério
que me possam interessar
Não quero mais! Que pare logo
Que vá embora, que essa dor maldita cesse logo!

Minhas lagrimas queimam ao sair de mim
Sinto intensa a pressão nos meus olhos
e como arde e como é amargo
E de mim tirou todo o gosto da vida

Paz agora, só dentro dos sonhos
lá a dor passa e recobro
imagens…
de outras tardes, quentes e felizes
na praia, no parque, no suor de dois corpos
no olhar sincero, no silencio eterno

Imploro alguém que intervenha
que me retire desse buraco
Perdi a pá, perdi a mão
perdi, me perdi

E o único momento em que não dói, é quando durmo.
Venha a morte ou venha o sono. Mas que algo venha.


Ps.: esse texto é do dia 9...no dia 10, algo veio e não foi nenhuma das duas anteriores... infelizmente.

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