sábado, fevereiro 27, 2010

O vento vai dizer lento o que virá...♪♫

"Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar." ♪♫


O tempo tem passado, vejo isso no espelho. Ele me mostra verdades.. verdades que eu nem imaginaria anos atrás. Tantas coisas.. vividas e ainda por vir, tudo isso eu sei.
A gente cresceu! A gente é gente! Donos do nariz, ou pelo menos pensamos que somos…
E agora com essa constatação eu olho pro espelho e me deparo com a estranha na minha frente. Quem é ela e o que tem a dizer? E o que quer da vida?
Mas eu sei… ainda posso ver, ela ainda esta lá. Aquela garota, a minha velha conhecida.
Sei… ainda lembro... dos medos, das angustias, das malicias e vergonhas dela. Sim, com algumas mudanças, pontos revistos, mas ainda é ela.
E isso me acalma… saber que tudo ainda está como sempre.
Ela ainda detesta ordens e gente efusiva. E perguntas invasivas. Ela ainda acha que não tem necessidades… de nada nem de ninguém. Ainda tem memória de elefante pra coisas inúteis e de peixinho dourado pra todas as outras.
É e sempre será nostálgica. Ainda está tentando ser vegan e perder 5 kg. Continua plantando árvores. E ainda sabe como é e como tem que ser com os moços (agora homens). Continua com os mistérios… seus segredos secretos.
Continua falando de intimidades e constrangendo os mais sensíveis. Ela ainda ri. Ainda chora. E já tem alguns sentimentos melhores. Sempre repetirá as roupas. Os amigos são os mesmos, mas ela também fez uns novos. Continua curiosa, atenta, desconfiada e bem suave na nave. O gosto musical e a tolerância se ampliaram.
Ela descobriu coisas novas, experimentou, ousou, fez e aconteceu. Ela surtou também. Agora ela usa vestido! Mas salto alto seria demais…
Ah! Ela ainda aprecia um bom vinho… e um ruim também. Ainda não gosta muito de gente ao redor… mas tem aprendido a suportar e a fazer carinho.
A moça, a menina, ai ai… ela continua igual. A mesma merda, mas aprendeu com os erros e eles pelo menos mudaram (ela tem muitos outros a cometer)
A mulher que agora me confronta com a mesma cara de sempre (de deboche pra vida), ela ri, dissimula e ainda é ser humano, não ficou fria como eu previra. Ela quase se perdeu em muitos momentos, mas soube contornar.
A mulher que me encara ainda se vê moleca. Não atinou ainda que já é adulta e tem mais responsabilidades e não pode ir ao balanço e nem comer maravilhada o algodão doce (ela já sabe que não é feito de nuvem e mesmo assim não perdeu o encanto).
A adulta tá tentando não sentar de perna aberta, tá tentando conter o riso fácil, tá tentando levar os moços a serio! A adulta tá tentando ser adulta, ser chata e severa consigo.
Mas ela sabe que a moleca não vai deixar, tá só se divertindo da tentativa boba dela.
E quando ela menos esperar vai sair por ai e sentar no chão e pular e cantarolar musicas com o dedo no nariz. E ai a menina dentro dela vai se rir, rir como nunca antes. As duas vão rir.
Eu rio agora. E rirei sempre. É bom saber que ainda me conheço, que eu evoluí sim, mas pouco mudei.
É bom saber que serei assim.. como antes me chamavam, a garota que nunca ia crescer.
Sempre a Peter Pam*.

*um dos meus apelidos, que foi adaptado ao Pâmella (se não entendeu, nem vou me esforçar para tal)

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