quarta-feira, junho 30, 2010

...só mais um conto

Tava olhando aquela mulher. Aquela ali, bem insinuante. Mas todos já te avisam, cuidado, essa não presta.

Ela mesma te previne: ‘- Não vá se apaixonar cavalheiro… ’

Cheia das curvas. Cheia de homens. Você sai com ela, e ela pode ser encantadora. Sabe o que dizer ou não... Sabe onde pegar e quando.

Ela é safa e como todo mundo que é safo, se dá mal. Mas ela cai em pé que nem gato. Ela vibra, sei la. Parece que toda aquela energia dela vai pra você quando estão juntos. Toda elétrica.. E nua então.. nossa que vadia. Faz uma transa legal, muito legal.
Ela sabe ser educada, tem classe, mas nunca usa. Gosta de crianças e cozinha que é uma maravilha! Tem um carinho, um chamego, te trata tão bem. Te faz tão especial em ser o homem dela. Como se fosse o melhor, o maior e o mais gostoso. E quando você vê, tá feliz e bobão ao lado dela. Não importa o que digam, seus amigos estão errados, por que o que vocês têm, eles não conseguem entender. É maior! Tá sentindo? É maior! Você até pensa em sei la… futuramente… quem sabe…
Tomar a vadia por esposa e mãe de seus filhos. Que crianças lindas! Você já pode ver! Uma casinha simples, do jeito que você sempre quis um quintal verde e grande, pras crianças correrem enquanto você a come em cada cômodo do lugar.
Mas isso meu amigo, esse sonho azul, um dia se derrete, que nem picolé no verão. Ela apronta a primeira dela, o primeiro vacilo. E é como um balde de gelo na sua cueca. Você vê, finalmente a vê e percebe o que esta fazendo. Vem as vozes dos teus amigos, grandes caras dizendo verdades, que só agora soam verdades. Vê sua casa ruindo, seu quintal secando… e seus filhos?! Nem seus devem ser!
E a vadia, que você conheceu. Que te fez rir, agora te faz chorar. E você sai de cena e ela fica no palco sozinha. Mas esse é só o meio.
Porque no fim da historia, ninguém quer a vadia, ela não se casa, ela vive solteira com gatos, cigarro e os amigos doidos.

Não se sabe até hoje, se a vadia vai ser feliz, nem mesmo se o é. Não se sabe se ela um dia quis ser.

Não se sabe no que a vadia mentiu, quando ela disse que nunca mentiria.
E quando a vadia disse coisas bonitas, a vadia tava só filosofando ou citando romances pornôs que leu. Não se sabe se ela passou a querer também, se estava disposta a mudar. Se a vadia chorou, ela é a melhor atriz. Se sorriu é alucinada na vida. Se a vadia viveu, ela só vadiou. Se vadiou ela não viveu… subverteu e achou que sim.. mas na verdade não. Ela deu… pra quem quis e mais um pouco. Deu o que tinha e o que pensou ter. Deu até o que sabia que não tinha.
Mas o que a vadia deu mesmo, deu bem e gostosinho. Ninguém sabia, jamais acreditariam: ela se deu. E mais uma vez, fizeram-na vadia.

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